
A Aldeia de Quintandona é uma aldeia em xisto do norte de Portugal, na região de Lagares. Este lugar foi um dos que mais gostei de visitar durante a minha Estadia em Penafiel. Se já visitaste Lousã e adoraste passear pelas diferentes aldeias rodeadas de casas de xisto, então vais apaixonar-te por Quintandona.
Quintandona é uma aldeia preservada com influência do granito amarelo, ardósia e do xisto. Até há poucos anos atrás a aldeia não era assim. Uma recente recuperação revitalizou a aldeia, graças a uma comunidade muito ativa que fez renascer este lugar com tão poucos recursos. Na reconstrução da aldeia, os seus habitantes mais habilidosos conseguiram recuperar edifícios tradicionais em xisto, enquadrar os já existentes e ainda destacar pessoas da terra para desenvolver todo a zona envolvente.
O renascimento de Quintandona foi verdadeiramente uma alegria para o norte do país. A cada ano tem trazido cada vez mais visitantes curiosos em descobrir o xisto tão característico desta aldeia. Quintandona ocupa agora um lugar de destaque na Rota das Aldeias de Portugal bem como na Rota do Românico.
Largo do Pelourinho Capela S. João Batista e Nossa Senhora da Conceição
O início do nosso percurso pedestre teve lugar no Centro de Interpretativo, um pequeno espaço de acolhimento aos visitantes e de divulgação do património local. Daqui partimos em direção à descoberta da Aldeia e a nossa primeira paragem foi no largo da capela centenária de S. João Batista e Nossa Senhora da Conceição.
Durante o passeio fomos ouvindo as histórias do nosso guia, antigo Presidente da Junta, impulsionador desta reconstrução e apaixonado por Quintandona. Pelo caminho das ruas em pedras e paralelos passámos pelo pelourinho, por vários espigueiros e também pelo lavadouro público da aldeia, tudo com um aspeto muito rural mas limpo e bem cuidado. Um detalhe engraçado que chamou à atenção dos nossos olhares foi um mural de cabeças de pedra branca natural embutidas numa parede de xisto.

Mural de cabeças embutidas na parede de xisto Um recanto sobre a esplanada de um bar

Viela rodeada de casas em xisto Exterior da Casa da Vuivá
Esta aldeia tem uma vasta opção para a prática de turismo rural e entre eles destaco aqui a Casa de Valxisto e a Casa da Viuvá – Winebar.
A Casa de Valxisto é um refúgio, simples e sofisticado, que oferece toda a riqueza campestre. Inserida na aldeia, na Quinta de Valverde, é o espaço ideal para quem gosta de passar uns dias no sossego do campo, longe da confusão citadina. Aqui os seus hóspedes poderão participar nas tarefas agrícolas e na alimentação dos animais da quinta. Cestas de piquenique são também preparadas para que os hóspedes tenham a possibilidade de fazer uma refeição junto da natureza. Há também uma piscina exterior, um salão de jogos e uma lareira que os visitantes poderão desfrutar.
Indicação para a Casa Valxisto Fachada lateral da Casa Valxisto

Fachada traseira da Casa Valxisto Traseiras e piscina da Casa Valxisto
Nesta aldeia visitamos também a Casa da Viuvá – Winebar, um antigo celeiro restaurado e transformado num aconchegante restaurante, com vários espaços e ambientes, onde é possível apreciar diversos petiscos e vinhos. Esta propriedade do século XVIII foi totalmente recuperada, mas mantém os traços originais. Um espaço que combina o rústico xisto das paredes com a moderna e elegante decoração. Tudo para proporcionar momentos especiais de convívio. No Verão, na esplanada é possível apreciar a paisagem sobre a Aldeia. No Inverno, o conforto da lareira no interior do restaurante torna o ambiente mais acolhedor.
Ao visitarmos estes alojamentos tradicionais conseguimos entender que, nesta aldeia, o passado e o presente vivem em perfeita harmonia.

Sala de estar Cozinha
Sala de jantar Outra sala de jantar
Quintandona – A Festa do Caldo
Esta aldeia é também rica em cultura gastronómica e podes ver Todos os Sabores que aqui encontrei.
Seguimos em direção à cozinha do Amásio, o local escolhido para o nosso almoço com um ambiente bastante tradicional e acolhedor. Tivemos o privilégio de saborear uma refeição tradicional e bastante completa na cozinha do Amásio e também podemos provar a bebida oficial de Quintadona, o Mijo de Jebo.

Há uma festa anual dedicada à gastronomia local, o Caldo de Quintadona que é o ex-líbris do evento. Todos os anos, em Setembro, a Festa do Caldo atrai milhares de pessoas à aldeia. Aqui ficámos a conhecer outra história mística da aldeia.
Contam os mais velhos que antigamente havia um homem maldoso na aldeia chamado Jebo. Ele só fazia asneiras e, na altura da festa, o povo juntava-se todo para o apanhar e manter preso para que todos desfrutassem da festa tranquilamente. Hoje em dia, mantém-se viva a tradição e, anualmente, na noite anterior ao início da Festa do Caldo, prendem o Jebo. Para ele não ficar triste, foi feita uma bebida em sua memória, o Mijo de Jebo, uma deliciosa aguardente para aquecer o seu coração.
E foi neste ambiente de grande acolhimento que nos despedimos de Quintandona, não sem antes passar novamente pelo Centro Interpretativo e pela sua loja de produtos tradicionais para comprarmos umas lembranças.

Barraquinhas no exterior do Centro Interpretativo Loja de recordações
Canecas na loja de recordações Ervas e condimentos na loja de recordações
Esta Aldeia foi a última paragem do nosso Fim-de-Semana em Penafiel. Foram dois dias bem preenchidos com história, cultura e pratos gastronómicos deliciosos. Regressei a casa tão feliz por ter conhecido esta aldeia que fiquei com vontade de voltar a Penafiel para descobrir a outra aldeia histórica, a Aldeia de Cabroelo.