Pico Gilbo - Ascensão ao Topo da Montanha Espanhola

Pico Gilbo é um dos pontos mais emblemáticos da Cordilheira Cantábrica. Conheci-o numa viagem inesquecível ao norte de Espanha.

Percorri uns caminhos pedestres na região de Riaño à procura do Lago de Truchillas.

Mas, o ponto alto desta viagem foi definitivamente a ascensão ao topo do Pico Gilbo.

Foi uma aventura de dois dias a explorar as montanhas da Cantábria. Encontra noutras publicações locais que visitei em Espanha.

Se gostas de caminhadas em ilhas paradisíacas espreita o artigo Arquipelago das Berlengas e ainda Ilha de Benidorm.

Dia 1 – Caminhada pelo Lago de Truchillas

Apesar de já não ser nova no trekking, custa sempre levantar de madrugada para caminhar nas montanhas. No Porto, juntei-me a um grupo de aventureiros e rumamos até aos Picos da Europa, mas sem nunca lá chegarmos. O destino era o Parque Natural de Riaño, que fica à porta dos Picos. Apesar de madrugarmos, só a meio da manhã conseguimos meter os pés na montanha para fazermos o treino para a subida que nos esperava na manhã seguinte ao Pico Gilbo.

Paramos no Puerto do Alto del Peñón, a 1840m de altitude. Iniciamos o trekking de 13km com destino ao Lago de Truchillas. O caminho foi sempre a subir até ao Pico de Vizcodillo, a 2121m. A partir daqui começou a descida até ao Lago de Truchillas, Monumento Natural de Espanha, onde almoçamos. O trilho preparado para este dia levou-nos por paisagens montanhosas lindas. Uma imensa vegetação térrea e muita rocha granítica emoldurou todo o caminho. Para os amantes de natureza esta região irá proporcionar-vos uma ótima caminhada. A única dificuldade que encontrei foi num pequeno trajeto de inclinação acentuada, com pedras grandes soltas, possíveis de dificultar a ascensão ao Pico Vizcodillo. Mas, sinceramente, todo o esforço foi recompensado.

Dormimos no Hotel Presa, um alojamento de montanha em Riaño, com vista para o Pico Gilbo. O restaurante do hotel serviu-nos uma típica refeição espanhola ao jantar. Depois de partilharmos um bom momento de convívio, deitamo-nos para descansar.

Pequeno Lago Truchillas, quase a desaparecer devido à seca global

Ficha do trilho para o Lago de Truchillas e rota GPX

Extensão: 12,50km (linear)
Duração estimada: 5 horas
Início: Puerto do Alto del Peñón (Google Maps)
Fim: Parque do Lago de Truchillas (Google Maps)
Dificuldade: moderada
Mapa do percurso: (Rota GPX)

DIA 2 – Subida ao Pico Gilbo

Bem cedo, mas só depois do pequeno almoço, pusemo-nos a caminho. Esperava-nos uma aventura desafiante, com a conquista do cume do Pico Gilbo a 1674m de altitude.

Exploramos primeiro o centro. Vimos a Ermida da Senhora do Rosário, o Hórreo de Salio (espigueiro tradicional), a Igreja Paroquial e o Museu Etnográfico. Paramos ainda junto de um miradouro – “o banco mais bonito de León” (Google Maps).

Atravessamos a ponte e seguimos um estradão de terra batida, a par da barragem. Percorrido um par de kms chegamos a um bosque de faias. Aí paramos junto ao miradouro para observar a paisagem. À entrada do bosque, surge-nos a Cova da Velha do Monte, uma personagem da mitologia Leonesa. Daí, a subida é feita à sombra das árvores, num piso bem acentuado até ao sopé. Atravessamos depois os prados da meia encosta onde pastavam algumas vacas. A partir daqui, as árvores desapareceram, dando lugar a um trilho íngreme rochoso. Nesta zona é necessário o apoio constante nas paredes rochosas para subirmos, gradualmente, até ao cume. As vistas panorâmicas vão-se tornando cada vez mais espetaculares, pelo que o esforço vale totalmente a pena.

A caminhada não tem muitas dificuldades. É relativamente fácil para quem está em boa forma e tem experiência em trekking. Contudo, não a recomendo a quem tem vertigens e não pratica exercício regularmente. Para mim, que nunca subi a um pico desta magnitude (ascensão na vertical), custou bastante. Principalmente as subidas mais íngremes do final. Por essa razão fiquei aquém do cume, a cerca de 50m abaixo dele. Mas não fui a única…

Depois da batalha, mas já cá em baixo, inspirava orgulho de cada vez que olhava para o topo da montanha. É mesmo verdade que estive ali! Incrível!