
Numa escapadinha de dois dias pelo centro de Portugal conheci São Martinho do Porto, Peniche e Berlengas.
Se gostas de praia, mar e ilhas paradisíacas espreita o artigo sobre a Ilha de Benidorm em Espanha.
Se gostas de caminhadas e aventuras nas montanhas espreita o artigo sobre o Pico Gilbo.
São Martinho do Porto
São Martinho do Porto tem uma das praias mais bonitas de Portugal. Escolhi este local estrategicamente para uma breve paragem. Já tinha ouvido falar desta praia. Este passeio foi a oportunidade ideal para a conhecer. Estive aqui a manhã inteira. Descobri uma baía absolutamente deslumbrante. Uma praia com areia infindavel e de uma extensão enorme. Excelente para caminhar.
Iniciei a minha caminhada do lado sul, na Praia de Salir do Porto. Daqui vi, ao longe, a Duna de Salir do Porto. Com 50m de altura, é considerada a maior duna de Portugal. Uma coisa impressionante! Desafio qualquer pessoa a subir até ao topo sem escorregar! Desta vez eu não subi mas este lugar trouxe-me à memória a minha subida à Dune du Pilat, no sul de França. Era o triplo da dimensão desta duna! Que adrenalina!

Seguindo para norte, a par da marginal, passei junto ao Parque de Campismo Baía Azul. Fui espreitando as montras das lojas e as esplanadas dos cafés/restaurantes. Eram imensas! Chegando à praia de São Martinho do Porto, o aglomerado de pessoas aumenta significativamente. É nesta praia que muitas famílias aproveitam para desfrutar da suave intensidade das ondas que entram na baía, afastando-se da azáfama citadina.


Curiosamente, a caminho do farol, descobri um miradouro interessante. Há um túnel bem sinalizado advertindo para um possível perigo, aconselhando a prosseguir com cautela. O túnel tinha talvez 30m de comprido e passava-se bem, apesar de ser necessário o uso de lanterna, evitando quedas desnecessárias. Do outro lado estava o miradouro sobre a lateral direita da baía, revelando uma zona rochosa muito bonita. Recomendo a casais que procuram locais românticos para namorar.
Depois de um piquenique na praia seguimos para o próximo destino.


Peniche
Peniche fica a cerca de 2h de Ovar. Por isso, uma visita às Berlengas é uma excelente sugestão para um programa de fim de semana romântico.
Logo à chegada deparo-me com paisagens exuberantes. À direita descobrimos o Ilhéu da Papôa, com cores e horizontes de cortar a respiração. Vale a penas percorrer o pequeno trilho pois consegue-se ter diferentes pontos de vista sobre as falésias e as rochas. Há pontes e corrimãos de madeira para facilitar o seu acesso. Antes de chegar ao topo do ilhéu há uma pequena praia lindíssima de pedra branca. Foi verdadeiramente uma surpresa agradável.
O pôr do sol estava para breve. Fomos instalar-nos no parque de campismo, jantamos um churrasco e fomos descansar. Podes encontrar em Peniche várias opções de alojamento.



Amanheceu. Tomamos o pequeno almoço e seguimos o nosso passeio. Antes de irmos para o centro histórico demos uma volta de carro pela península. A costa, chicoteada pelo mar, revelava-nos lindas paisagens esculpidas pela natureza. Parámos para visitar o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios. Um pouco mais à frente surgiu-nos o cabo Carvoeiro e o seu farol. Do cabo, via-se bem longe o arquipélago das Berlengas.

Fizemos o caminho de volta e chegamos, finalmente, ao Forte de Peniche. Uma visita ao Forte de Peniche é obrigatória. Foi inicialmente construido como um complexo militar em prol da defesa costeira. Mais tarde foi utilizado como prisão política, na época do Estado Novo. Atualmente, recuperado depois da Revolução, é utilizado como Museu que acolhe a exposição de materiais etnográficos e históricos. Aqui há uma pequena praia, com pedras, sem areia, apenas indicada para molhar os pés. Não é recomendável para nadar.


Perto do Forte está o Porto de Peniche. Foi aqui que apanhamos o barco para as Berlengas. Comprei os bilhetes de barco online na Viamar. Mas é possível comprar nos quiosques junto à marina. Há várias empresas que operam o translado entre Peniche e Berlengas. Pode-se ir de manhã e regressar ao almoço; ir à tarde e regressar ao fim do dia; ou até passar lá a noite na ilha. A travessia de barco foi super tranquila, apesar de ter lido várias opiniões adversas sobre a forte ondulação. Demorou cerca de 45 minutos de viagem. Deu para descansar as pernas do passeio em Peniche. Tirei imensas fotos e ainda ouvi algumas histórias interessantes dos guias sobre as Berlengas.



Berlengas
Finalmente chegou o momento de conhecer esta maravilha natural, selvagem e única em Portugal. Há uma questão muito importante a ter em atenção. Atualmente, as Berlengas são consideradas uma Área protegida e há um limite diário de entrada de pessoas na ilha. O controlo de entradas é feito pelo ICNF sendo, por isso, necessário obter uma Autorização Online no ICNF. No Verão convém reservar com antecedência pois há probabilidade de lotar rapidamente.
A nossa chegada à Berlenga Grande, a única ilha habitável do arquipelago, deu-se ao início da tarde. Hora ideal para almoçarmos.



Restaurante das Berlengas
Estragicamente já tínhamos decidido almoçar no único espaço existente, o Restaurante Mesa da Ilha. Felizmente conseguimos uma mesa na esplanada com uma vista soberba sobre o mar, a praia e a ilha. LINDO! Nada melhor para começar em grande esta aventura nas Berlengas.
O restaurante estava a abarrotar. Demorou um bocadinho a sermos servidos mas foi compreensível. Nem me importei. Estava em boa companhia, num lugar maravilhoso e com uma bebida doce e refrescante no copo.
O prato foi igual para ambos. Bife Black Angus, com batata frita e ovo a cavalo. Tudo envolto num molho picante. Muito bom! Fiquei de barriga cheia e sem espaço para sobremesa.




Percurso pedestre nas Berlengas
Saindo do restaurante encontramos ao lado o bairro dos pescadores. Casinhas pequenas, humildes. Muitas das pessoas que trabalham na ilha embarcam diariamente de/para Peniche. Aqui inicia-se um trilho pedestre que seguimos. Passamos pelo Parque de Campismo que, naquele período, ainda se encontrava-se fechado (Covid-19).
A meio do caminho, por terra batida, mas bem sinalizado, deparamo-nos com o Farol.


Depois do Farol, continuamos num trilho de terra até chegarmos a uma escadaria irregular, estreita e degradada. Senti necessidade de cautela ao descer. De cima já se via o maravilhoso Forte de São Batista. Já em baixo, com o Forte mais de perto, é fascinante poder observar tanta beleza, tanta natureza e tanta história. Faltava apenas atravessar uma ponte e eis que chego ao Forte.
Atualmente é usado como alojamento turístico. Quem quiser espreitar o seu interior pode fazê-lo com uma taxa. É aqui também que os hóspedes e alguns turístas aproveitam as águas baixas para nadar e mergulhar. Para se deslocar até aqui, para voltar ao ponto de embarque ou até a outras partes da ilha, não é preciso caminhar. Há pequenas embarcaçõesmque transportam as pessoas a um preço simbólico.




Decidimos fazer o caminho de volta a pé. Tínhamos tempo suficiente.
De volta à praia principal, estendemos a toalha e fomos nadar e saltar no mar de águas cristalinas no arquipélago das Berlengas. Como são águas paradas, a temperatura é bastante agradável e convida a banhos. No fim de uma dia em cheio soube mesmo bem uns mergulhos, nadar de costas e boiar.


A aventura nas Berlengas chega ao fim com a chegada do barco que nos leva de volta a Peniche.
Foi um fim de semana recheado de lugares bonitos. Perfeito! Regresso a casa de coração cheio.